M.Almeida Artesanato Etnográfico

quinta-feira, novembro 02, 2006

Fábrica de telha Mourisca


Totalmente subterrâneo tanto a parte da fornalha como a parte superior onde era colocada a telha a cozer. Era toda feita em tijolo maciço incluindo a placa que encimava a fornalha. Esta placa era furada em alguns sítios para que as chamas e o calor passassem para a telha, colocada em camadas ou adagues, todas ao alto para facilitar a cozedura. Não havia portas, mas a abertura superior era tapada com barro antes da fornalha acender, para evitar que o calor saísse. A parte superior ou tecto era coberto com o rescaldo ou restos de telhas para que o calor se mantivesse o calor junto da telha. Geralmente a cozedura demorava uma noite, sendo depois necessário esperar cerca de 3 dias de arrefecimento para desenformar. Esta telha era feita uma de cada vez e posta a secar ao sol cerca de 2 a 3 dias, só depois era possível transportá-la para o forno.
Os utensílios usados para além da enxada, picareta, pá (na exploração do barro) eram 2 cantaros, umas cangalhas (pau com dois arames) que os forneiros colocavam às costas para transporte da água necessária para amassar o barro.
Havia uma bancada de trabalho onde se colocava a grelha ou forma com o barro necessário a cada peça, o molde onde era formada a telha e depois transportada para a eira e os respectivo rodo para bater o barro na formação da telha.
Neste tipo de fábricas trabalhavam, geralmente, 4 homens, embora para desenformar fosse preciso recorrer a mais outros tantos. Administrativamente, eram 4 familiares que se associavam para esse efeito.