M.Almeida Artesanato Etnográfico

quinta-feira, novembro 02, 2006

Carro de Bois

Originário da Beira Interior, Beira Alta e algumas zonas serranas da Lousã, Sertã, Castelo Branco, etc. Com rodas raiadas com massa ou cepo onde era embutida uma bucha em ferro fundido, onde trabalhava o eixo também em ferro com cerca de 6 a 7 cm de diâmetro (interior da bucha), sendo quadrado na parte central. O eixo era furado nas pontas onde era introduzida uma chaveta em ferro, evitando assim, que a roda saísse; a lubrificação deste eixo e bucha era feita quase semanalmente com gordura de porco ou óleo queimado (mais recentemente). Na parte inferior do carro era usual existir um chifre de boi cheio desses materiais com um pincel feito de pano com cabo de madeira para essa lubrificação. Eram usados dois tipos de fueiros ou estadulhos; os mais curtos eram usados no transporte de produtos mais pesados como lenha, estrume, etc. Os mais altos só eram usados no transporte dos cereais como trigo, centeio e outros, dos terrenos para as eiras e no transporte da respectiva palha. Este carro, portanto, mais moderno era equipado com um sistema de travão num ferro cujo fuso e porca eram torneados em rosca muito larga devido à necessidade de actuação do mecanismo das descidas quando carregado, evitando assim, um grande esforço aos animais que o puxavam e era feito, geralmente, de madeira de Carvalho (chedas e tiro ou timão) e rodas, o lastro era de madeira de Pinho; as rodas levavam um aro em ferro com cerca de 1 cm de espessura.